Na última semana a United jogou um balde de água fria em todos os clientes de seu programa de fidelidade, o MileagePlus. A companhia anunciou que a partir do dia 15 de novembro de 2019, todos os voos operados pela própria United estarão sujeitos a tarifas flexíveis, ou seja, tchau tabela de resgates!
Uma das coisas mais impressionantes é que a alteração passou a valer naquele momento. A tabela flexível valerá para voos a partir de 15/11 e não emissões. Ou seja, se você planejou fazer uma emissão para o dia 16/11, já estará sujeito às novas tarifas de resgate.
Apesar de não utilizar muito o MileagePlus, me sensibilizei com os usuários fiéis ao programa, afinal, quem não se lembra quando o Smiles, o Multiplus e o Amigo alteraram seus resgates de tabelas fixas para variáveis? Ainda tivemos uma colher de chá, pois as alterações foram anunciadas com antecedência antes de sua efetivação. O que a United fez com seus clientes foi totalmente desrespeitoso.
É importante lembrar que a Delta já possui tabela flexível há algum tempo. Com a adoção da United, muito provavelmente a American Airlines também deva seguir o mesmo caminho, assim como tem acontecido com outras decisões (basta uma das 3 maiores aéreas norte americanas lançar algo diferente para que as outras 2 copiem). Aliás, não seria a tarifa Oferta Web um teste do AAdvantage para implantar resgates flexíveis? Para quem não se lembra do meu artigo sobre o assunto, essa tarifa é totalmente variável e está disponível apenas para algumas rotas.
Qual a lição que podemos tirar de tudo isso?
Muitos clientes ficaram extremamente chateados com as alterações impostas pela United falando, inclusive, que cancelarão seus cartões co-branded e pararão de voar com a companhia. Já viu esse filme por aqui né? Eu também!
A grande questão é que as companhias aéreas há um bom tempo deixaram de focar na fidelização e passaram a direcionar seus esforços para clientes que são bons pagadores, ou seja, que gastam mais dinheiro com a companhia.
Respondendo à última pergunta, a sociedade muda e o mercado também. Não adianta nos apegarmos aos bons e velhos tempos de tabelas fixas, resgates baratos e afins, pois eles não voltarão mais. O que deve-se fazer é ter disciplina e conhecimento suficiente para aproveitar as boas oportunidades e evitar as enrascadas que aparecem diariamente nos diversos programas de fidelidade pelo mundo, inclusive os nossos brasileiros.
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