Quem acompanha o site já percebeu que eu gosto muito de escrever artigos relacionados a tarifas aéreas e oportunidades para se viajar barato (pagante e com milhas). Ao contrário de muitos outros sites, não costumo publicar muita coisa relacionada à aviação em si. O que eu quero dizer é que não sou tão avgeek como diversos donos de sites de viagem, estou mais para um base tarifária geek, rs.
Apesar disso, o mês de setembro foi marcado pelas falências de diversas companhias aéreas conhecidas, o que realmente merece um artigo por aqui.
Não sei se vocês viram, mas somente neste mês, os aeroportos deixaram de receber voos da inglesa Thomas Cook, da francesa XL Airways, da também francesa Aigle Azur e da eslovena Adria Airways, esta última membro da Star Alliance.
Somente este ano, além do que ocorreu neste turbulento mês de setembro, é importante lembrar de outras famosas companhias que também deixaram de existir, como a Insel Air (Curação), Avianca Brasil, Avianca Argentina, Jet Airways (Índia) e WOW Air (Islândia).
O mercado aéreo sempre foi bastante desafiador, mas com o aumento da concorrência dos últimos anos, principalmente relacionado às companhias aéreas low cost, ele tem se tornado ainda mais complexo. Vamos excluir da lista de falências as companhias “entrantes” no negócio, isto é, as companhias mais novas que ainda tentavam estabelecer sua fatia de mercado.
A Thomas Cook foi a agência pioneira em comercializar pacotes de viagem, muito da indústria que conhecemos hoje existe baseado no seu comportamento frente ao mercado, uma companhia com mais de 150 anos. A Adria Airways foi fundada em 1961 e sempre teve como foco o atendimento dos voos que ligam a Eslovênia, o número de passageiros que ela transportou em 2018 é igual ao número de passageiros que a RyanAir transporta em 3 dias, 1.200.000 passageiros. Já a Jet Airways, fundada em 1992, era uma das duas maiores companhias aéreas da Índia e, mesmo assim, não conseguiu sobreviver. A Insel Air, embora pequena, também havia sido fundada há bastante tempo, em 1993.
O que podemos concluir disso tudo é que o mercado aéreo está em constante renovação, e as companhias que não o acompanharem terão cada vez mais dificuldades em sobreviver. Veja, por exemplo, grandes aéreas dos Estados Unidos como a Delta Airlines e a United Airlines. São companhias consolidadas, fundadas há muito tempo e continuam logrando lucro! Porém elas não trabalham da mesma maneira que trabalhavam há 20 anos atrás, elas se reinventaram. Hoje, ancillaries (serviços extras) representam uma grande fatia do faturamento das companhias aéreas, por isso a cobrança de bagagem, assentos, etc, são “novidades” que vieram para ficar. Uma boa notícia pra gente é que os maiores ganhos das companhias aéreas com ancillaries são os programas de fidelidade, ou seja, eles não devem desaparecer tão cedo.
Concluindo, as empresas aéreas que não se reinventarem ou, pelo menos, se adaptarem às novas realidades de mercado, estão fadadas ao fracasso, como temos visto acontecer nos últimos anos. Minha única preocupação é que não existem fórmulas secretas a fim de blindar os clientes de forma a não sofrerem os impactos destas falências. Hoje, ao comprar um bilhete aéreo, confiamos nas grandes companhias e alianças, mas com as recentes falências, vimos que nem sempre isso significa segurança para sua próxima viagem, não é mesmo?
E vocês, o que acham das recentes falências e como o mercado aéreo tem se comportado?
Fontes: The Independent, Allplane, Panrotas
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