No Histórias e Viagens de hoje o nosso querido André, compartilha conosco a história do Mick, o seu cão terapeuta e quase um passageiro frequente!
E lembrem-se – Fez uma viagem inesquecível? Fez uma viagem horrível? Pagou um mico no exterior? Foi enganado e te cobraram mais do que deveriam? Conseguiu fazer uma super emissão de passagens para dar a volta ao mundo? Fez um churrasco no quintal e foi ótimo? Conte para nós! Basta entrar em contato através do [email protected].
Agora com vocês, o Mick … e o André!
Meu cão terapeuta – A chegada do Mick
Eu sempre fui alucinado por aviões, música e animais. Tive cachorros a vida toda, mas nunca havia tido um Golden Retriever – e isso era um sonho! Como eu moro em apartamento, sempre me lembrei de histórias e vídeos de cães dessa raça que tinham um perfil… digamos… agitado. E isso me impedia de ter um.
Depois de uma infância agitada (os carros na garagem que o digam), o Mick se tornou um jovem super da paz. Logo se acostumou com as experiências de uma vida social cheia de eventos.
Visitas frequentes a restaurantes, bares, parques, casas de amigos e até empresas passaram a fazer parte da sua rotina. Tudo isso contribuiu para a sua socialização, tópico importante na vida de um cão terapeuta. E hoje o Mick frequenta qualquer ambiente onde os amiguinhos de quatro patas têm entrada liberada.
Mas não se engane: as demonstrações de afeto e felicidade desse rapaz de quase 45kg já me renderam várias cicatrizes nos braços!
A ideia do cão terapeuta – Como tudo começou
Eu alimentava a ideia de fazer algum trabalho voluntário já tinha tempo, mas por uma ou outra razão eu acabava deixando isso para lá. O Mick, com seu temperamento menos agitado, foi essencial para que fôssemos atrás da ideia de torná-lo um cão terapeuta e, com isso, o trabalho voluntário pudesse virar realidade.
Mick tornando-se um cão terapeuta
Num primeiro momento, nós tivemos que passar por uma fase de aprendizado e treinamento, já que estaríamos lidando com situações delicadas e pacientes muitas vezes frágeis.
Para chegar neste estágio, no entanto, os cães precisam passar por um curso e uma avaliação que envolvem socialização, dessensibilização, obediência a comandos básicos, tolerância e reações, entre outros aspectos. Afinal de contas, reações bruscas próximas a uma criança com acesso em um dos braços, por exemplo, podem ter consequências graves.
O animal é uma peça extremamente importante neste trabalho, mas o foco está na pessoa que o recebe!
O Resultado do Trabalho do Mick
O resultado deste trabalho é incrível! Segundo relatos dos próprios médicos e funcionários, a dosagem de medicamentos analgésicos acaba sendo reduzida nos dias de visitas, como resultado da interação dos pequenos pacientes com os animais terapeutas.
Cientificamente comprovado, são potencializados os benefícios emocionais e fisiológicos dos pacientes, como por exemplo afetividade, autoestima, vínculos, redução da pressão e batimento cardíaco, ansiedade em geral, depressão, entre outros.
No início, eu achava que seria algo mágico somente para os pacientes – o que de fato é! Entretanto, com o tempo eu entendi que é tão impactante para nós quanto para os pacientes.
Por mais curtas que sejam as visitas, até pra não sobrecarregar os animais, a sensação de fazer algo com um propósito tão nobre é especial. Desta forma, tornou-se atividade de ordem primária na nossa agenda.
Atualmente, o Mick visita as crianças dos hospitais Menino Jesus, Sírio Libanês e o residencial de idosos SBA (Sociedade Beneficente Alemã). Ademais, ele participa de eventos em outros hospitais e até mesmo em empresas.
As empresas, inclusive, estão percebendo o impacto positivo dos animais em ambientes de trabalho. E são incontáveis as vezes em que ouvimos, com um sorriso no rosto: “Obrigado por virem, vocês fizeram o nosso dia muito melhor!”
Alô, companhias aéreas e demais empresas do setor, que tal um dia de visita aos queridos e respeitados profissionais da aviação?
Meu cão terapeuta tornando-se um quase passageiro frequente
Bem… nem tudo é trabalho na vida do Mick! Além de ser um cão terapeuta, ele já quase foi um “passageiro frequente”.
É impressionante o efeito positivo que a simples presença do Mick no voo teve na redução do estresse e da fobia. Os animais são bem sensíveis às nossas alterações de humor e sentimentos, especialmente pelo olfato superdesenvolvido que possuem, e conseguem dar o melhor tipo de suporte.
O bem estar do Mick e dos passageiros a bordo
A nossa maior preocupação na viagem foi deixá-lo calmo, confortável e seguro durante os movimentos da aeronave na decolagem, turbulências e pouso. Não só pra evitar o seu estresse, mas, novamente, pra que não houvesse incômodo aos demais passageiros e também aos tripulantes. Cachorros agitados podem latir e ficar bastante inquietos.
Eu até suspeito que as restrições das cias aéreas para animais de suporte emocional existam e tenham ficado mais rigorosas por maus comportamentos e situações adversas a bordo, o que é muito triste. Só não precisava chegar ao ponto de bani-los.
Em uma das vezes que voltamos para São Paulo, a tripulação gentilmente nos perguntou se poderíamos aguardar o desembarque completo da aeronave para tirar esta foto com o “ilustre passageiro”. Claro que aguardamos, afinal a profissão é bastante estressante e esta seria uma boa forma de contribuir com quem cuida das nossas viagens.
Enfim, pra quem tem animais, poder estar com eles o tempo todo é muito bom. Mas a segurança e a preocupação com todos os envolvidos (animais e humanos) precisam ser prioridade. Correr o risco de um acidente ou situação desagradável não é saudável pra ninguém. Em inúmeras ocasiões, o Mick acabou ficando em São Paulo e não nos acompanhou.
Apelo às empresas aéreas
Infelizmente, hoje em dia não é mais possível ter a presença de animais de suporte emocional em voos dentro do Brasil. A Latam, única empresa que permitia isso, deixou de fazê-lo em novembro de 2019.
Enquanto empresas áreas seguem limitando ou até mesmo proibindo a presença de animais de suporte emocional a bordo, o Aeroporto de Southampton, na Inglaterra, tomou a medida de convocar 14 “funcionários de quatro patas”, voluntários de uma ONG e devidamente treinados, para que fiquem circulando pelas áreas de embarque e desembarque e possam ajudar os passageiros que necessitarem de um carinho especial.
Há pessoas com fobias, pânicos, medos e que fazem tratamento com animais, próprios ou não, para superação destas questões. E a presença deles no avião reduz significativamente o nível de estresse e sofrimento.
Nota: Gostaríamos de agradecer ao nosso querido leitor André por compartilhar a história do Mick conosco aqui no Passagens.top.
Para Saber Mais
- Aqui você conhece mais sobre a ONG Patas Therapeutas.
- Clique aqui para seguir o super Mick no Instagram.
- Clicando aqui você pode seguir o André em suas viagens pelo mundo.
Comentários