O que diferencia o Passagens.top de um jornal ou revista de viagens é a interatividade com nossos leitores que, em muitos casos, acabam se tornando nossos amigos. E com o intuito de aumentar ainda mais essa interatividade nós decidimos lançar a seção Histórias e Viagens, nosso primeiro projeto de 2020! E a gente vai começar com algo bem romântico: uma viagem de lua de mel!
Esse espaço é reservado exclusivamente aos nossos leitores para falarem do que quiserem. Fez uma viagem inesquecível? Fez uma viagem horrível? Pagou um mico no exterior? Foi enganado e te cobraram mais do que deveriam? Conseguiu fazer uma super emissão de passagens para dar a volta ao mundo? Fez um churrasco no quintal e foi ótimo? Conte para nós!
Tudo o que você tem a fazer é nos mandar um e-mail para [email protected] e compartilhar a sua ideia que juntos decidiremos o melhor formato para publicar o seu texto.
Para inaugurarmos a nossa nova seção, vamos deixar o nosso leitor secreto contar como ele emitiu as passagens para passar a sua lua de mel.
O desafio da lua de mel
Para um AvGeek, a lua de mel pode ser tornar um desafio.
Como planejar uma viagem inesquecível, que marque a vida de um casal então recém-casado e, simultaneamente, que seja distinta de todas as outras viagens incríveis anteriormente realizadas?
Deparei-me com tal desafio ao, após diversas viagens em classes executivas variadas e algumas experiências em First, refletir sobre como fazer uma viagem que, mesmo as futuras viagens em classes diferenciadas, não sejam comparáveis com a nupcial.
Procurar uma agência de turismo seria algo inviável, porquanto vendem, em regra, apenas bilhetes em pacotes e bilhetes pagos, algo não comparável com uma viagem que impressionasse não apenas pelos destinos, mas, igualmente, pelos voos e locais visitados.
Diante de tantas variáveis, busquei conhecimento no Passagens.top, onde, em especial, lendo posts antigos e dicas que, em regra, nos passam desapercebidas, pude planejar algo que seja, para a noiva (e óbvio que para mim), uma sucessão de surpresas positivas.
A escolha do destino da lua de mel
Primeiramente, a escolha do destino: não há dúvida alguma que, após algumas dezenas de países visitados, apenas uma nova RTW retrataria uma viagem diferenciada. Logo, não apenas a visita de países distintos e experiências variadas deveria nortear o planejamento, mas, igualmente, a sensação de que tal viagem é uma viagem ao redor da Terra, romantizando o percurso.
Definido que seria uma RTW, escolha sobre destinos se tornou um estudo longo, passível de análise com as disponibilidades de companhias áreas.
O estudo dos trechos e programas
Inicialmente, ponderou-se encerrar ou se iniciar a viagem com Ilha de Páscoa e Taiti. Para tanto, pesquisando como parte final da viagem, verifiquei a inexistência, à época, de bilhetes prêmio em executiva entre PPT e IPC em qualquer data, uma vez que a LATAM simplesmente não o disponibilizava. Já bilhetes pagos possuem valor altíssimo se comprados apenas uma perna (R$ 7.200 por pax). Em contrapartida, percebi que comprando ida (PPT-IPC) em executiva e volta em econômica (IPC-PPT) conseguia um valor de R$ 4.400 por pax, desprezando o voo da volta.
Pagar quase R$ 9.000 para 02 passageiros voarem por menos de 5 horas e, para piorar (considere que desejava algo inesquecível positivamente), na LATAM foi algo que me desanimou.
Além disto, o retorno de IPC até SCL ser por 43.200 milhas LATAM por passageiro foi interessante, até o momento que percebi que ou teria de dormir em SCL por uma noite (e embarcar em novo voo LATAM na manhã seguinte por outras aproximadamente 40.000 milhas por pax) ou comprar um bilhete Emirates para voar na mesma noite.
Quanto à companhia dos Emirados Árabes, comprando ida SCL-GRU em executiva e a volta em econômica, a qual desprezaria, consegui encontrar valores interessantes, mas teria de fazer novo check-in e eventuais itens comprados de natureza animal ao longo de toda a viagem teriam de ser descartados pela rígida fiscalização chilena.
Por não conseguir imaginar o retorno em LATAM de uma viagem que deveria ser indescritível quanto aos voos, tive de descartar esta opção.
Voltando a estudar, li posts da Beatriz a respeito do AAdvantage (clique aqui para ler o tutorial completo), onde então possuía quase 200.000 pontos. E eis que percebi que, saindo da África até o Pacífico Sul seriam necessárias 100.000 milhas para voar em Primeira Classe.
A possibilidade de sair da África até o Pacífico Sul em First nos leva a duas opções principais: Qatar e Etihad.
Quanto à primeira, infelizmente a disponibilidade é fraca, em regra apenas para Perth. Já para voar Etihad, deparei-me com vasta disponibilidade para voar The Apartment, em um A380 (enquanto não saem de linha), entre AUH e SYD.
Como se não bastasse, há outras questões interessantes para a companhia de Abu Dhabi. Saindo de JNB, voaria em executiva de um 787, aeronave nova e com configuração 1x2x1. Somando a este atrativo, para voar no A380, chega-se cedo a AUH e se dispõe de todo um dia (mais de 12 horas) para um day-use em Abu Dhabi.
Como se trata de uma viagem de lua de mel, dependendo do perfil do casal tem-se, em tais longas horas em Abu Dhabi, desde visita ao Museu do Louvre, um dia divertido no Parque da Ferrari (e a montanha russa Formula Rossa), além de praia (Saadyat) ou a impressionante Grande Mesquita. Ao final, uma permanência (e banho) na Sala VIP da First Etihad, talvez até no novo terminal a ser inaugurado brevemente, Midfield Terminal Abu Dhabi.
Identificados 2 trechos bem interessantes para alguém interessado em ter uma viagem diferenciada quanto a aeronaves, passou-se à composição dos demais trechos.
Primeiramente, África do Sul. Duas opções: Cidade do Cabo ou Safári. Independentemente da escolha, a questão do AvGeek é como chegar em tal local. Entre as opções disponíveis, novamente LATAM, com, a princípio, os A350, e South African Airways.
A LATAM padece de um problema grave para quem acompanha o Passagens.top, a saber a troca, com downgrade, de aeronaves após anúncios publicitários indicando que novas aeronaves fariam a rota X. Logo, comprar um bilhete para voar em executiva LATAM no A350 em nada garantia esta aeronave, podendo ocorrer um downgrade para um 777 com configuração 2x3x2 ou o retorno dos 767.
Já a SAA seria, na pior das hipóteses, a configuração na executiva 2x2x2 nos A333 ou no A340. Caso haja sorte, a configuração 1x2x1, pois não raras vezes há troca da aeronave, conforme se verifica no site do flightaware.com.
Para emissão na SAA de apenas uma perna (a ida), infelizmente não se mostra barato com a companhia área. Assim, utilizei-me do SMILES para tal emissão em business, logrando êxito em encontrar bilhetes por 130.000 pontos ou, no caso utilizado, 22.200 pontos e R$ 2.700 (Smiles + Money, já com as taxas incluídas) por passageiro. Garantida a chegada no continente africano, e respectivo Safari, deparei-me com a escolha no Pacífico Sul.
Quanto ao Pacífico Sul, com 100.000 Aadvantage conseguiria realizar JNB-AUH-SYD-NAN e, assim, ficar uns dias nas Ilhas Fiji após voar na Business e First Etihad e na business Fiji Airways. O desejo inicial era Nadi, nas Ilhas Fiji, mas na data em que pretendo continuar a lua de mel, infelizmente não há disponibilidade em business (em inúmeras outras datas o há).
Logo, tive de escolher outro destino no Pacífico Sul. E tive a desagradável surpresa de descobrir que o AAdvantage, ao “mesclar” um trecho Oneworld (Qantas) com um trecho não Oneworld (Etihad), soma os valores dos trechos, obrigando-me, pois, a gastar mais 15.000 milhas para voar SYD-AKL na business Qantas.
Consegui, assim, por 115.000 mais R$ 250,00 de taxas, emitir JNB-AUH (business Etihad), dia livre em Abu Dhabi, AUH-SYD (Apartment Etihad), SYD-AKL (business Qantas). Reitero o lamento de não ter a disponibilidade, na data que eu pretendia, de voar Fiji Airways business, pois, no caso, seriam apenas 100.000 milhas.
Após uns dias na Nova Zelândia, consultando disponibilidade de milhas, não consegui encontrar voos para obter bilhete prêmio entre o país e alguma ilha digna de lua de mel.
Assim, buscando passagens por um bom custo e excelente destino, encontrei AKL-VLI, em Vanuatu, por R$ 1.700 em executiva da Air Vanuatu (uma Copa Airways do Pacífico Sul pelo que as fotos aparentam).
A escolha de classe executiva para o voo AKL-CLI o foi por ser um voo de 03:35hs. Já o voo seguinte, VLI-NAN (finalmente incluindo Ilhas Fiji no roteiro), por ser de meras 02:00hs., escolhi classe econômica por R$ 500,00 (único trecho em econômica da viagem).
Concluída a lua de mel no quesito Pacífico Sul, momento de começar a retornar ao Brasil. Para tanto, mantendo o escopo de RTW, passei a buscar com o Google Flights boas opções, vez que com milhas não se encontrava nada atrativo.
E eis que descobri que, tal como a TAP, que cobra aproximadamente 60% no single ticket, a Fiji Airways cobra por volta de 60% do valor round trip o bilhete NAN-LAX, em um novíssimo A350 que iniciará a rota neste janeiro de 2020. E considerei justo pagar R$ 4.400 em um bilhete business de 10:45hs de voo entre o Pacífico Sul e a América do Norte.
Já em solo americano, roteiro ainda a decidir por alguns dias, tendente a visitar San Francisco.
Quanto à volta, após 30 longos dias de viagem, não precisei de tamanha pesquisa. A forma mais em conta seriam as excelente promoções bonificadas da TAP. Todavia, como não tenho previsão de retornar ao continente americano por ora, bem como sendo obrigado a emitir roundtrip e conseguir Air Canada ou United não é tão tarefa fácil (de Copa seria um final horrível), acabei emitindo com milhas Smiles: 21.000 milhas Smiles + R$ 2.800 para voar business Delta.
Sei que não será uma viagem barata. E que a emissão não foi nenhuma pechincha.
Como dito, desejava fazer uma viagem inesquecível de lua de mel sob a ótica de um AvGeek. A cônjuge não é (ainda) AvGeek, o que prejudicou inserir maior quantidade de voos e conexões (para conhecer novas cabines) em desfavor do descanso. Logo, me vi obrigado a conciliar voos incríveis, cabines novas e/ou luxuosas, com destinos imperdíveis e valor palpável para investir.
Gastamos, por passageiro, 115.000 Aadvantage, 45.200 Smiles e R$ 12.350. O total está longe de ser baixo. Só que estamos falando de uma RTW com trechos em executiva e primeira classe, no caso o The Apartment.
Algumas Palavras
Uma viagem de volta ao mundo a dois em cabines premium, especialmente uma que inclui o Pacífico Sul, não é barata em nenhuma circunstância. Mas ter condições para poder viver essa experiência incrível com quem a gente ama é um investimento de altíssimo retorno!
A Equipe do Passagens.top deseja ao nosso leitor secreto e sua futura esposa uma ótima viagem de lua de mel, uma vida de parceria, amor e muita saúde!
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