Hoje eu gostaria de tratar um assunto baseado numa emissão com milhas que realizei essa semana e uma conversa que tive com o leitor Fábio Henrique.
Na internet, muito se fala sobre evitar a pulverização dos seus pontos do cartão em diversos programas de fidelidade, isto é, ter muitos pontos distribuídos em vários programas na condição de não conseguir realizar nenhuma emissão de bilhete. Não me oponho a esta afirmação, pelo contrário, sou a favor, porém com ressalvas!
Pensando na concentração de milhas, muitas pessoas acabam enviando Atodas suas milhas/pontos para apenas um programa de fidelidade, e é nesta circunstância que eu gostaria de chegar. Apesar da pulverização dos pontos não ser nada conveniente, a concentração também pode ser um verdadeiro tiro no pé. Isto porque você pode ficar limitado em sua viagem em horário, disponibilidade e também quantidades cobradas para emissão. Logicamente, programas que possuem parcerias e fazem partes de grandes alianças diminuem a chance destes problemas acontecerem, mas não os eliminam. Desta forma, recomendo sempre que você tenha milhas disponíveis em pelo menos dois programas de fidelidade. Vamos ao caso:
Eu precisava de uma passagem aérea do norte do país (Marabá) para o sudeste (São Paulo) no dia 25/02, sábado de Carnaval. Uma data extremamente competitiva onde os preços das passagens estão altíssimos com alguns trechos tendo disponibilidade apenas nas tarifas mais elevadas, inclusive alguns já na Y, que é tarifa cheia (a mais cara de todas).
Primeiramente procurei os voos pagantes disponíveis e quase “caí da cadeira”. Os poucos voos disponíveis estavam próximos a R$1.000. Comecei a procurar voos indo para outras cidades e depois destas outras cidades para São Paulo. Até consegui encontrar preços melhores, porém ainda estava elevado. Tentei saídas de outras cidades, ao invés de Marabá, mas os preços também estavam altos. Partindo destes resultados, comecei a buscar opções com milhas.
Saindo de Marabá, teria que desembolsar pelo menos 38 mil milhas se voasse somente com uma companhia (procurando no Smiles, TudoAzul e Multiplus). Testando o método de procurar passagens para outras cidades e depois desta outra cidade para São Paulo, consegui reduzir o valor final para cerca de 30 mil milhas (13 mil do Smiles até Brasília e o resto do trajeto com pontos Multiplus), o que ainda considero um valor elevado. Foi aí que resolvi procurar através de um outro programa não relacionado diretamente com o Brasil e que eu estava com algumas milhas para viajar pelo Caribe, o ConnectMiles da Copa Airlines. Para quem não sabe, a Copa Airlines possui excelente capilaridade no Caribe e os trechos na tarifa Saver começam em 5 mil milhas (internos no Panamá e Colômbia) e 10 mil (Caribe).
Acabei encontrando Belém para Congonhas num voo da Gol por 12,5 mil milhas + U$8,60. Uma verdadeira barganha para a data selecionada, num voo que está sendo vendido no site da Gol por “míseros” R$1.499,00 ou 34 mil milhas Smiles. De Marabá para Belém, a passagem estava R$109.
O que eu quero mostrar com tudo isso é que ao invés de jogar fora (acredito que esse seja o melhor termo) cerca de 30 mil milhas ou R$1.000, consegui chegar ao objetivo com 12,5 mil milhas + R$150 simplesmente porque não concentrei minhas milhas em um único programa de fidelidade. Mesmo que meu objetivo para utilização destas milhas fosse diferente, acabou valendo a pena tê-las neste momento.
E vocês? Possuem mais alguma dica para conseguir passagens em conta em períodos de alta demanda?
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