Da teoria à prática: virando Diamante Smiles em 5 dias com menos de R$1.200

Mais ou menos três meses atrás eu escrevi um artigo intitulado “Como virar Diamante no Smiles por menos de R$1.200 em 5 ou 10 dias de viagem?“ onde ensinei a emitir bilhetes Gol com bases tarifárias publicadas apenas para emissões fora do Brasil.

Até então, tudo não passava de teoria, já que não havia testado o que ali divulguei. O leitor Alberto Villegas, ao qual agradeço de antemão, fez o teste por um dia (dentre os 5 dias necessários para virar Diamante) e enviou o seu relato ao blog. Ele emitiu 6 trechos para voar em apenas um dia, conforme eu havia indicado no tutorial como forma de otimizar o tempo.

Abaixo você encontra o relato escrito pelo Alberto com todas as suas impressões sobre os voos, desde sua emissão até os imprevistos que teve.

Com base no artigo do Paulo “Como virar Diamante no Smiles por menos de R$1.200 em 5 ou 10 dias de viagem?”, resolvi colocá-lo em prática e testar a estratégia proposta para acúmulo de trechos e milhas.

Também com base nos inúmeros tutoriais do Passagens.top sobre a ferramenta Ita Matrix (leitura obrigatória), emiti os seguintes trechos:

Trecho 1: GRU – BSB – GIG – CWB, valor: U$ 33,70 + IOF;
Trecho 2: CWB – SDU – IGU – GRU, U$ 34,10 + IOF.

A pesquisa, como citei, foi feita via Ita Matrix e a compra via Kayak e Travelocity… tudo a partir do link gerado pelo script instalado no Chrome, segundo os guias do Paulo.

A compra pelo Kayak/Travelocity foi tranquila… uma compra internacional comum. Logo chegaram dois e-mails, um para cada trecho, com os localizadores. Confirmei no site da Gol e realmente os bilhetes estavam emitidos por este valor realmente baixo.

Para não me alongar, vou resumir a experiência em pontos positivos e negativos.

Pontos positivos:

Tudo previsto pelo Paulo se confirmou. Os trechos já estão na conta do Smiles, apenas horas depois dos voos, assim como 1.000 milhas por trecho. Sim, por trecho! Eu achei que seriam 1.000 milhas por bilhete.
Obs.: Acumulei 1.000 milhas por trecho, pois este é o valor mínimo para clientes Diamante, o qual já sou. Caso você não seja, vai acumular de acordo com a sua categoria.
Como “compra de milhas” não vale a pena… mas fazendo uma conta rápida: 10 passagens (com 3 trechos/passagem) * 35 USD/passagem * 3,44 R$/USD (dólar a R$3,11, com IOF de 6,38% e spread do cartão de crédito de 3,5%) = R$ 1.198,50 aproximadamente para garantir seu status Diamante. Este valor você recupera apenas emitindo uma passagem bônus para um acompanhante, dependendo da viagem. Ao meu ver, financeiramente vale a pena por este motivo e por todas as outras vantagens de ser Diamante (em especial acesso à sala VIP).

Pontos negativos:

Voar seguidamente é algo que esgota. Pelo menos foi assim comigo. A parada em Curitiba era de seis horas, as quais eu esperava passar “dormindo” no aeroporto mesmo. Pura ilusão. Já estava cansado, meio desorientado (hehe) e de mau humor! Paguei um hotel e fui dormir, ou seja, mais um custo.

Seguidos trechos emendados assim elevam muito, obviamente, o risco de sofrer com um voo cancelado e arruinar toda a estratégia. Isso de fato aconteceu comigo (vou explicar no final).

O custo não se resume ao valor das passagens, é claro. Alimentação, traslado, eventuais hospedagens devem ser levadas em conta no cálculo final.

Resumindo, a sequência toda não foi cumprida. O voo de partida de Curitiba foi cancelado (CWB – SDU). Era para ser para SDU, mas fui realocado para um voo seguindo para GIG. Chegando no Rio, cansado e saturado, usei do fato de ser um “cliente prejudicado” (terminologia dos atendentes da Gol) e pedi que cancelassem tudo e me colocassem em um voo de volta para Campinas (alterando o destino final, o que nem sempre é permitido). Assim foi feito, ou seja, seriam seis trechos que acabaram sendo cinco apenas.

Valeu a pena? Sim. Foi uma experiência interessante… mas apenas como experiência. Faria de novo? Não! Desgastante demais. Faria sim de novo apenas se eu realmente tivesse que viajar para algum lugar, com tempo de sobra para o deslocamento e houvesse essa possibilidade de fazer a viagem com três trechos. Fazer apenas para acumular trechos eu não faço mais (mas é uma opinião pessoal). De qualquer maneira, ressalto novamente: a estratégia proposta pelo Paulo realmente funciona.

Conclusão

Esse relato ficou MUITO bom! Podemos concluir que é possível sim virar Diamante gastando pouco! Como o próprio Alberto informou, o direito a uma passagem gratuita para um acompanhante por ano, já paga os custos dos bilhetes e custos extras com alimentação (lembre-se que se você virar Diamante hoje, terá o status até 31/03 de 2019, ou seja, 3 passagens para acompanhante grátis).

Sobre os pontos negativos, isso é uma verdade. Quem não está acostumado a voar toda semana vai sentir um forte cansaço voando 6 trechos por dia.

Nos EUA, há alguns anos atrás, quando as companhias pontuavam pela distância voada, era extremamente comum realizar mileage runs, que nada mais eram do que bilhetes muito baratos relacionados a voos de longa duração. Desta forma, acumulava-se muitas milhas pagando pouco, além de garantir status elite no programa de fidelidade da companhia voada. Conforme as companhias foram trocando seus programas de fidelidade para acúmulo de acordo com o gasto, o número oportunidades de mileage runs caiu, mesmo assim algumas pessoas ainda o fazem. Mas porque estou dizendo isso? Para realizar a façanha de voar os 30 trechos em 5 dias você tem que ter espírito de quem faz mileage run. Voar horas seguidas com um objetivo em mente, que é garantir seu status elite. Isso vai depender do perfil de cada um e, no caso do Alberto, ele concluiu que pra ele não dá.

E aí? Mais alguém vai encarar?

Fonte da Imagem de capa: Pixabay