Hoje a Avianca Brasil finalmente realizou o leilão de suas UPIs (Unidades Produtivas Isoladas, sem dívidas).
Após toda novela que vinha ocorrendo nos últimos meses, a Azul cumpriu seu prévio anúncio e não participou do leilão. A Latam e a Gol arremataram parte das UPIs disponíveis, com lances de pouco mais de U$70 milhões (cada uma). Desta maneira, a Avianca Brasil arrecadará cerca de R$555 milhões.
O Programa Amigo não teve nenhum lance e, infelizmente para quem ainda mantinha algum saldo de pontos por lá, as notícias não são nada animadoras. A chance de reaver algum valor financeiro referente a estes pontos ficou extremamente crítica, uma vez que quem é responsável pelo seu saldo continua com uma dívida bilionária e em recuperação judicial. O leitor Marcos Wagner Junior pediu para que eu escrevesse um artigo com possíveis soluções para quem ficou com pontos presos junto ao programa de fidelidade da Avianca Brasil, mas eu realmente não sei o que poderia ser feito. Alguns falam que tentarão devolver os pontos ajuizando ações contra os parceiros financeiros que utilizaram para mandar o saldo para o Amigo, como a Livelo, por exemplo. Gostaria de ler mais opiniões nos comentários, a fim de criar um canal de discussão entre quem está encarando o mesmo problema.
O que eu achei interessante é que a Azul já havia ofertado U$145 milhões pela Avianca Brasil (unidades produtivas isoladas também) meses atrás, mas o leilão acabou sendo suspenso diversas vezes, até chegar à situação atual. Na época, a Avianca Brasil ainda estava operando e o interesse da Azul era incorporar as Unidades Produtivas Isoladas o quanto antes, para não afetar tanto os passageiros. O que aconteceu foi o inverso e hoje a quantidade de reclamações da Avianca Brasil em sites como Reclame Aqui e Consumidor.gov.br é imensa! Claro que havia interesses extras da Azul, como aumentar sua participação na ponte aérea RJ-SP, mas entre receber U$145 milhões garantidos e afetar minimamente as operações e clientes ou, receber U$147 milhões, diversas reclamações e parar de operar, não seria melhor a primeira opção?
De qualquer maneira, apesar do leilão ter ocorrido hoje, isso não quer dizer que tudo esteja decidido. Segundo a ANAC, a Avianca Brasil não poderia vender os slots que foram negociados hoje. O correto seria o órgão regulador redistribuí-los entre as companhias aéreas do mercado nacional.
Não sei vocês, mas quando a Gol e a Latam passaram a perna na Azul, eu fiquei bastante chateado, pois já estava prevendo que a situação se estenderia para algo insustentável.
Além de Azul, Gol e Latam, eu gostaria de ver outras empresas disputando esses slots, como a Passaredo, a MAP e a Sideral. E vocês?
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