O leitor Fábio Henrique enviou uma dúvida por e-mail e para disseminar o conhecimento, achei melhor criar uma publicação sobre o assunto. Vamos à dúvida:
Moro em BH e na maioria das minhas viagens (férias) é muito mais barato comprar a passagem saindo de SP do que de BH, e já tem uns anos que eu compro a passagem saindo de GRU e o trecho CNF-GRU eu faço por conta própria.
Como eu sempre saio de GRU, tem alguma forma de colocar o trecho CNF-GRU na passagem sem que ela aumente absurdamente? Fiquei com esta pulga atrás da orelha depois que você postou o “Porque você deve ler as regras tarifárias antes de comprar seu bilhete aéreo” .
A pergunta do leitor remete diretamente ao tutorial “Como funcionam as tarifas aéreas?“. Veja que, se você compra um trecho de GRU-MAD, por exemplo, a tarifa será X. Se compra, CNF-MAD, a tarifa será Y. Isso acontece pois o valor da tarifa básica saindo de CNF e GRU são diferentes. Ou seja, o preço saindo de Belo Horizonte pode aumentar, não por conta do trecho interno extra, mas sim porque a tarifa básica saindo de lá é maior. Ela pode ser menor também, depende da tarifa que a companhia aérea publicou. Vamos a um exemplo:
Voando um trecho de ida de Air Europa para Madri com saída de São Paulo em classe tarifária V temos o preço de R$3.249,75.
Voando com a mesma companhia aérea, na mesma classe tarifária, temos um preço diferente saindo de Belo Horizonte, de R$3.435,45.
A qual conclusão podemos chegar a partir dos dados anteriores? Sair de Belo Horizonte para Madri voando Air Europa na classe V, na base tarifária VLOWBR, sempre custará R$185,70 a mais do que sair de Guarulhos. E mais, não adianta tentar mudar os trechos que serão voados pois o preço continuará o mesmo, já que a tarifa básica é definida pelos pontos de origem e chegada, independente de como você fará isso.
Na figura anterior, você pode notar que a rota para o trecho internacional parte de Salvador para Madri. Agora, veja o que acontece quando forçamos a viagem por São Paulo através do ITA Matrix:
Perceba que o preço da viagem continua a mesma coisa pois em ambas as rotas haviam disponibilidade para voar na classe V (considere o trecho internacional, ignore a classe do trecho doméstico).
A Air Europa é uma companhia que possui acordo de interline com todas as grandes companhias aéreas do Brasil. Então vamos analisar mais um exemplo, veja:
O preço permanece, mesmo voando o trecho doméstico de Azul ao invés de Gol. Isto acontece pois o que define o valor a ser pago não é o trecho doméstico até Salvador ou São Paulo, mas sim a tarifa básica.
Concluindo, e já respondendo a dúvida do leitor, independente dos trechos voados, a tarifa cobrada será a mesma. Isso acontece pois o preço é definido para saída de um ponto e chegada em outro (no caso, CNF-MAD), simples assim! Então, não importa o que o leitor tente fazer para diminuir esse valor, não irá conseguir. A não ser que exista uma tarifa básica publicada que seja mais barata, além de ter disponibilidade nas classes tarifárias específicas. Neste último caso, você pode conseguir uma tarifa menor saindo via Salvador, por exemplo, ao invés de São Paulo (havendo disponibilidade da classe no voo SSA-MAD e não em GRU-MAD).
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