O FAA, órgão da administração federal da aviação dos Estados Unidos, anunciou ontem, por meio da agência Reuters, que está na fase final de testes das modificações efetuadas no sistema do Boeing 737 MAX, a espera de completar o processo nos próximos dias. Com a aprovação, espera-se que os aviões sejam liberados a voltarem aos céus no dia 18 de novembro.
Os aviões estão groundeados desde março de 2019, após o segundo acidente fatal ocorrido com esse modelo, operado pela empresa Ethiopian Airlines. Os dois acidentes fatais (esse e o da Lion Air, ocorrido 7 meses antes) vitimaram 346 pessoas.
A liberação dos aviões é considerada por muitos como vital para a Boeing, que enfrenta a pior crise da sua história, desde os acidentes e o groundeamento mundial do seu novo avião, que foi um sucesso absoluto de vendas desde quando foi anunciado.
A partir do sinal verde do FAA, as empresas aéreas deverão completar a atualização dos softwares dos aviões, além de oferecerem novo treinamento a todos os pilotos que irão operar o jato, em um processo que deve demorar pelo menos 30 dias, antes dos aviões voltarem de fato aos céus.
A maior operadora do modelo no mundo, a Southwest Airlines, já anunciou que demorará mais alguns meses até cumprir todos os requerimentos impostos pela FAA, e que não deve programar voos no MAX, pelo menos até o segundo trimestre de 2021.
No Brasil, a GOL Linhas Aéreas iria iniciar uma ampla substituição dos seus aviões, aposentando diversos 737 NG, que seriam substituídos pelos 737 MAX. Originalmente a empresa tinha encomendado 99 aviões da série 737 MAX 8 e tinha outras 30 encomendas para o 737 MAX 10, a versão de maior capacidade da família 737.
No final de setembro, o GOL fez alguns testes em uma unidade desse modelo, que está estocada no aeroporto de Confins (CNF) em Belo Horizonte. A aeronave que foi testada tem a matrícula PR-XME e foi recebida em outubro de 2018, tendo voado por apenas cinco meses, e desde então, nunca mais saiu do chão.
Algumas Palavras
Eu acompanhei bastante as discussões a respeito dos acidentes e tenho certeza que o avião, quando liberado, será seguro. Porém, o meu receio irá permanecer. Longe de mim querer adentrar em discussões técnicas sobre o assunto, sobre o polêmico sistema MCAS ou sobre a culpa da Boeing ou dos pilotos nos episódios fatais.
A pergunta que eu quero fazer é bem direta: Você terá coragem de entrar em um Boeing 737 MAX após o seu retorno aos céus?
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